O
primeiro auto teste para detectar HIV será vendido nas farmácias
do Brasil a partir de junho de 2017. O teste vem com um líquido reagente, uma
lanceta específica para furar o dedo, um sachê de álcool e um tubo para coletar
o sangue. O resultado aparece em forma de linhas que indicam se há a presença
do anticorpo do HIV. Com 99% de sensibilidade e efetividade, o teste só detecta
a presença do vírus 30 dias após a exposição
No
laboratório, segundo o protocolo determinado pelo Ministério da Saúde, quando
um resultado é considerado positivo para HIV, é necessário realizar mais um
teste por outra metodologia, chamar o paciente para uma nova coleta e confirmar
o resultado novamente e realizar um teste confirmatório Western Blot ou
algum teste de biologia molecular, esse método é bem específico e pode
confirmar a presença do vírus no sangue. Hoje, o laboratório detecta em média
60 resultados positivos de HIV por mês.
Quanto
antes começar o tratamento para o vírus HIV, melhores as chances de garantir a
imunidade do paciente. Se a pessoa fizer o teste no período chamado “janela
inunológica” que na média fica entre 30 e 45 dias após a exposição
ao vírus, não vai saber que é portador do HIV, e além de não iniciar o
tratamento, poderá transmitir para outras pessoas. Ainda existe o fator
psicológico.
No
laboratório chamamos o paciente em uma sala reservada para apresentar o
resultado, e direcionamos para o médico específico, além de orientar como deve
agir com os parceiros e familiares. Com o auto teste, além da possibilidade de
ter em mãos um resultado errôneo, visto que o exame de farmácia só sinaliza a
presença do vírus em média 30 dias após a exposição ao vírus, outro fator é a
interpretação do resultado que é feito pelo próprio paciente, pode ser difícil
esta interpretação. O fator psicológico pesa muito também na hora de
receber um resultado como esse. A orientação e apoio na entrega do resultado é
de extrema importância para um tratamento adequado e direcionamento do paciente
para o médico específico.
Marcos Kozlowski
Diretor do
LANAC – Laboratório de Análises Clínicas
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